Após lançar seu primeiro disco, \"Em Mar Aberto\", por uma grande gravadora, Fernando e seu parceiro Arnaldo Sisson, letrista de quase todas as canções, decidiram retornar a Porto Alegre e conduzir o próximo trabalho de forma independente, associando-se ao selo local ISAEC Gravações e Produções.
Enquanto no álbum anterior a temática das canções girava em torno de angústias subjetivas e existenciais, aqui, a crise e a inquietação transformam-se em mote político. Já a partir do texto-manifesto escrito por Sisson para o LP, o escopo contestatório é proclamado: \"[...] a arte, quaisquer que sejam seus motivos, no conteúdo ou na forma, seja ela qual for, rítmica, plástica ou literária, ou é revolucionária ou é nada\".
O espírito das canções é de urgência e desespero, com a voz de Fernando projetando as palavras de Sisson em gritos ásperos de indignação.
Acima de tudo, o disco expressa um corajoso brado de revolta contra a opressão, o silêncio e a injustiça.
11. Americano II [Fernando Ribeiro/Arnaldo Sisson] 29:15
12. Dramas de Circo [Fernando Ribeiro/Arnaldo Sisson] 30:55
13. Americano III [Fernando Ribeiro/Arnaldo Sisson] 34:02
14. Final e Deus Nos Guarde [Fernando Ribeiro/Arnaldo Sisson] 35:05
O Coro dos Perdidos
... somos todos nós, vazios ou não,
com medo ou sem ele, alguns a brincar de reis
outros a aceitarem-se como escravos.
De qualquer modo somos todos juntos, sem rumo,
envoltos na sórdida noite deste tempo sujo.
Possa este canto mostrar a todos
que os homens são livres por definição,
que é inerente a todo o ser humano
a capacidade de criar, recriar e estabelecer,
guiado por seus critérios livres,
toda a poesia que achar necessária.
E - principalmente - que a arte,
quaisquer que sejam seus motivos,
no conteúdo ou na forma, seja ela qual for,
rítmica, plástica ou literária,
ou é revolucionária ou é nada.
(Arnaldo Sisson)
Nota: A presença de cliques e chiados no áudio se deve ao fato de o arquivo digital ter sido obtido a partir de disco de vinil, sem o devido processamento para retirar ruídos.