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Grupo Um - A Flor de Pl?stico Incinerada (1983) - Completo Full Album


Playing Next: HOMO SAPIENS - PECOS BILL - ( - Ri-Fi, RDZ ST 14269 - 1976 - ) - FULL ALBUM
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Terceiro e ?ltimo ?lbum da banda de jazz fusion, lan?ado pelo selo Lira Paulistana, em 1983.



Texto publicado no encarte da edi??o do ?lbum em CD (2010)



A Flor de Pl?stico Incinerada representa, para os m?sicos que participaram do Grupo Um, o fechamento de um ciclo. Busc?vamos uma m?sica que reunisse a riqueza r?tmica da m?sica popular mais elaborada com a linguagem da m?sica contempor?nea erudita e acredito que o resultado alcan?ado neste disco mostra isso. Para este trabalho, cont?vamos com a presen?a de m?sicos excepcionais, como o pianista e clarinetista alem?o Felix Wagner e Regina Porto, com sua voz quente e fria ao mesmo tempo (o timbre rico e cheio e a entona??o austera), ideal para narrar o texto de Luiz Nazario. Al?m destes, o disco marcava tamb?m o in?cio da colabora??o de Teco Cardoso como flautista e saxofonista, em substitui??o ao excepcional Mauro Senise. Tivemos tamb?m a colabora??o de dois dos melhores engenheiros de som, Edgard Gianullo Filho e Sergio Kenji Okuda, que faziam milagres no pequeno est?dio JV, cujo dono era um amigo muito generoso, o compositor Vicente Salvia. Como de costume, grav?vamos em poucas sess?es e a mixagem era feita a oito m?os (ou dez, ou doze, dependia de quantas mais coubessem no console...). Neste tipo de mixagem em que n?o t?nhamos nenhuma automa??o, alguns detalhes acabavam se perdendo, apesar de todo o cuidado. Felizmente, nesta nova edi??o, consegui trazer de volta alguns desses detalhes que estavam escondidos na mixagem original, principalmente na m?sica-t?tulo ?A Flor de Pl?stico Incinerada? que ? dividida em duas partes: a primeira fala de um mundo desumano, est?ril e sem perspectivas, onde a beleza s? restaria na vis?o do horizonte ao longe... Esse mundo pode ser o nosso num curto espa?o de tempo e tudo depende dos caminhos que as novas gera??es ter?o de trilhar para construir uma sociedade diferente deste modelo industrial voraz e massacrante que temos hoje no planeta. A segunda parte traz uma esperan?a de que este caminho pode ser revertido de alguma maneira ? neste caso, preferi escrever uma m?sica mais jazz?stica com partes mais mel?dicas e um final bastante energ?tico. Em ?Sonhos Esquecidos?, uma balada sentimental, o tema ? executado com nota??o proporcional, sem uma f?rmula de compasso definida, mas que tende a se tornar uma valsa nos improvisos do sax alto, baixo e piano el?trico. ?Duo?, de Rodolfo Stroeter, ? uma composi??o cheia de efeitos de est?dio colocados sobre o baixo ac?stico e o sax bar?tono. Alguns dos efeitos, colocados em cascata num rack, eram acionados pelo pr?prio som dos instrumentos que desencadeavam uma s?rie de modula??es, tudo gravado em tempo real, direto para a fita magn?tica. J? ?ZEN?, cujo nome ? formado pelas iniciais de Z? Eduardo Nazario, reflete exatamente isso: o Z? multiplicado por dez, tocando variados instrumentos de percuss?o de diversas nacionalidades, criando uma m?r?ade de ritmos e cores do mundo. A Flor de Pl?stico Incinerada mostra esse mundo cheio de cores e ritmos que habitamos, mas tamb?m cheio de desigualdade, manipula??o pol?tica e uma mentalidade industrial selvagem, em que todos os esfor?os s?o necess?rios para que n?o caminhemos, cada vez mais r?pido, para a triste e brutal realidade das flores de pl?stico.



Lelo Nazario, Maio de 2009



Faixas:



1. A Flor de Pl?stico Incinerada (I) [Lelo Nazario] 00:00

2. Duo [Rodolfo Stroeter] 06:38

3. ZEN [Z? Eduardo Nazario] 11:22

4. A Flor de Pl?stico Incinerada (II) [Lelo Nazario] 18:33

5. Sonhos Esquecidos (... para L.C.) [Lelo Nazario] 30:57



Lelo Nazario - teclados, processos eletr?nicos

Rodolfo Stroeter - contrabaixos

Z? Eduardo Nazario - bateria, percuss?o, xilofone

...convidados:

Felix Wagner - clarineta, marimba

Teco Cardoso - sopros

Regina Porto - narra??o



?udio/Efeitos especiais - Sergio Shao Lin, Edelho Gianullo

Capa - Lelo Nazario



uma flor ao longe, congelada em seu sil?ncio

n?o cresce em parte alguma, n?o produz n?ctar nem brotos

? reproduzida em s?rie, uma igual a outra

aos milh?es, se for preciso

nenhuma seiva corre dentro dela

a flor de pl?stico n?o pediu para nascer

e, por isso, jaz inerte no tempo que n?o a afeta

inocente em sua viol?ncia, ela n?o morre sozinha

? preciso que a desfa?am para que retorne ? humanidade que a criou

num instante de medo

quando o planeta desabitado girar vazio no espa?o

a flor de pl?stico continuar? intacta e brilhante

entre os escombros

mas, ent?o, de que lhe servir? existir?

n?o me inquieta na flor de pl?stico sua eternidade

mas a cor imagin?ria das coisas que n?o t?m ess?ncia

liberta das esta??es, ela desafia a natureza

porque ? uma afirma??o do humano que o nega radicalmente

por isso, eu canto a flor de pl?stico

e canto a sua destrui??o



Luiz Nazario

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