\"Lançado de forma independente nas bancas de jornal de todo o Brasil e pela Internet, o CD \"Cor do universo\" traz os veteranos do Blues Etílicos de volta a estúdio após 7 anos. Desde \"Dente de ouro\", lançado em 1996 o grupo vem dando prioridade às apresentações ao vivo, fato que resultou no ótimo \"Águas barrentas\" de 2001. Acompanhando o disco uma revista com detalhes sobre a gravação, história da banda, making off do clipe \"Cor do universo\" e um divertido pôster-charge no centro da publicação.
Já de cara o CD contagia com a levada de \"Quero você\" e da faixa título conduzidas pela correta interpretação do mais novo integrante do grupo, o cantor Vasco Faé.
Se Gargárin já afirmou que a terra é azul, fica difícil realmente dizer \"Qual a Cor do Universo\" ouvindo o disco da banda carioca. Com repertório autoral, adição de novo integrante e menos fiel à cartilha blues-rock, o agora sexteto optou por levadas dançantes e letras ora descontraídas (\"Barata Voa\", \"Saudações\") ora politizadas, como em \"A Gosma\". Nas canções \"etilicamente\" filosóficas \"Batida\", do poeta Bráulio Tavares e em \"Tiro de Largada\" de Flávio Guimarães há uma certa sabedoria e paz de espírito que só os boêmios ou ouvintes de Samba e Blues conhecem.
O músico Fausto Fawcett dá o ar da graça e um tostão da sua voz na dançante e temperamental \"Não fica nervosa\".
Há também uma prece a um santo, digamos menos badalado da Igreja em \"São João Ninguém\" cantada por Mr. Greg Wilson.
Com riffs deslizantes e suingados provindos das guitarras de Otávio Rocha e Greg aliadas às gaitas de tirar o fôlego de Flávio Guimarães -- o cantor Vasco também toca gaita e já até substituiu Flávio em algumas apresentações - a coisa fica tranqüila para a segura cozinha de Cláudio Bedran e Pedro Strasser.
Há novas cores misturadas aos tons de azul, e que tem sido experimentadas ao longo da carreira deste grupo de Blues brasileiro. Diversidade, a mistura de todas as cores. Deve ser essa a cor do universo do Blues Etílicos.\"